No nosso último post falamos sobre Design Sensorial em espaços residenciais e, como prometido, hoje trouxemos a segunda parte desse assunto. O tema da vez também será Design Sensorial, mas agora voltado para ambientes comerciais.
Para quem não leu o nosso último post, vamos a um resumo do que é o Design Sensorial. Essa vertente do design explora não só os aspectos visuais de um ambiente, mas também o aroma, temperatura, sons, iluminação (tipos e intensidade), texturas, etc.
O conceito básico do Design Sensorial é tornar experiências que rotularíamos como “normais” mais prazerosas, de modo que os elementos – desde cores até texturas – aflorem os sentidos humanos.
E quando falamos de espaços comerciais podemos dizer que a ideia é fazer com que os ambientes provoquem estímulos nos usuários para ampliar as sensações de conforto, bem-estar e, consequentemente, fazer com que eles se sintam atraídos pelo que é comercializado no local.
Fazer com que o cliente seja capaz de entender/perceber o conceito da marca através de sensações proporcionadas pelo ambiente, torna-o extremamente convidativo e, consequentemente, lucrativo. Desta forma, podemos dizer que características ligadas aos cinco sentidos humanos são fortes aliados para atrair a atenção dos consumidores.
Para trabalhar o Design Sensorial em um espaço comercial é importante entender o funcionamento do local, o produto ofertado pela marca, as características do público-alvo etc., para então utilizar ferramentas sensoriais que conectem o consumidor com a marca e proporcionem uma experiência sensorial diferenciada.
Apesar da singularidade de cada projeto, especialmente quando se trata de um projeto comercial, separamos alguns pontos gerais que podemos destacar:
As cores, quando bem utilizadas, são capazes de alterar visualmente a percepção espacial do consumidor. Desta forma, em um espaço comercial, a escolha de determinada cor pode auxiliar em um processo racional, de forma que induza o consumidor a determinada ação.
Para essas definições, a faixa etária e o público alvo são os principais fatores a serem considerados.
Seguindo a mesma linha de pensamento de projetos residenciais, a iluminação é um fator importantíssimo, especialmente para deixar o espaço mais confortável e agradável, de forma que o consumidor deseje ficar ali por mais tempo – obviamente, se esse for o objetivo do espaço.
E, além do quesito conforto, a iluminação é também responsável por direcionar o olhar do consumidor, demarcar um espaço – como por exemplo a circulação – e evidenciar produtos. Para esta finalidade diversas técnicas e modelos de luminárias podem ser utilizadas.
O olfato é um dos mais poderosos sentidos humanos, isso porque ele está diretamente ligado com a nossa memória afetiva. Os cheiros captados pelos receptores olfativos vão direto para o sistema nervoso central, e as memorias ligadas aos aromas tendem a ser intensas.
Sendo assim, quando falamos de uma loja, por exemplo, ter um cheiro característico da sua marca e do seu espaço, faz com que o consumidor se lembre dela sempre que experimentar um cheiro semelhante.
Mas, se estamos falando de um restaurante, nada melhor que o cheiro gostoso de uma comida característica do espaço. O olfato está diretamente ligado ao paladar e, por isso, sentir esse cheirinho maravilhoso irá aguçar a vontade de comer. Um ótimo exemplo é quando passamos em frente de uma padaria e aquele cheiro de pão recém assado está no ar, para quem gosta de pão esse é um convite e tanto para pensar em consumi-lo.
Você consegue imaginar o porquê do Design Sensorial em ambientes comerciais ser considerado uma tendência para o nosso “pós pandemia”? Fizemos essa pergunta no post passado e cá estamos para respondê-la.
Bom, dada a nossa atual situação, experimentamos a facilidade de consumir através de poucos cliques, do conforto do nosso sofá. E, além da facilidade de comprar, é também muito simples trocar ou, até mesmo, devolver o produto.
Quando pensamos desse ponto de vista podemos facilmente concluir que os dias de lojas físicas estão contados, mas é aí que o Design Sensorial entra: a ascensão do e-commerce e a pausa forçada causada pela pandemia foram um “estalo” na mente dos comerciantes e empreendedores para a criação de um novo modelo de experiência nos espaços físicos.
A ideia é criar espaços que sejam convidativos para o consumidor do ponto de vista sinestésico. A tendência é que os espaços físicos deixem de ser apenas um simples ponto de venda, e passem a ser verdadeiros pontos turísticos, com referências marcantes que estimulem o cliente e proporcionem uma verdadeira “experiência social”.
E aí?! O que achou? Será que logo mais veremos lojas físicas bem “diferentonas” por aí?
Conta para a gente o que você acha! Até logo! ❤️